A conversação em redes sociais da internet (equipe 6)

 

A comunicação é parte essencial da nossa existência, por esta razão, os processos conversacionais estão em prática no dia-a-dia do ser humano, assim, onde há uma interação verbal centrada que se desenvolve durante o tempo em que dois ou mais interlocutores se alternam livremente ou em um contexto específico, e há presença de uma sequência de ações coordenadas, são elementos que compõem a conversação. Para analisar uma conversa, é preciso considerar os interlocutores, o tipo de interação, o gênero, e se ela ocorre instantaneamente ou não. Os períodos de tempo em que determinadas sequências linguísticas ou não linguísticas são ocupadas e enunciadas por diferentes falantes são os turnos de fala, e eles são ligados a um contexto situacional específico que é influenciado por questões extratextuais, tais como relações de gênero, história, cultura.

As redes sociais, apresentam-se como uma ferramenta de comunicação essencial atualmente. Aplicativos como Facebook, Instagram, Twiter, Whatsapp, entre outros, constituem recursos de interação social que possibilitam o manejo local da conversação. Esse manejo local de administrar o tipo de enunciações emparelhadas que são protótipos de pergunta-resposta, são os pares de adjacência que tem uma regra:

“constituir unidade fundamental da conversação, tendo produzido uma  primeira parte de  certo par, o falante deve parar de falar, e o falante seguinte deve produzir , nesse mesmo ponto uma segunda parte do mesmo par (GOFFMAN, 1976)”

            O alcance das interações que rompem os limites do face a face para alcançarem o espaço virtual, a internet, tem o impacto menor como revolução tecnológica do que como revolução dos modos sociais de interagir linguisticamente. Nesse sentido, as informações apresentam-se em organização conversacional, que possuem formas de sequências e pré-sequências que acionam partes preferidas que as respondem.

A noção de preferência é uma noção estrutural que corresponde intimamente o conceito linguístico de marcação, na essência, as segundas partes preferidas são não marcadas- elas ocorrem como turno mais simples, em contraste as segundas partes despreferidas são marcadas por vários tipos de complexidade estrutural.

            Os recursos encontrados nas redes sociais, com tantas possibilidades de comunicação, que caracterizam o processo interativo virtual, se tornaram indispensáveis e são alvo de estudo de diferentes áreas de pesquisa. Analisemos a seguinte imagem:

 

Bem, não se pode falar de internet, sem citar os famosos memes, que são visualizados e compartilhados numa proporção gigantesca, e estão sempre se atualizando inclusive em tempo real. Na imagem temos um exemplo de conversação verbal e visual, podemos observar a alternância de turnos de fala de um meme para outro. Quando a primeira parte termina, a segunda parte inicia sua resposta, aplicando-se uma pausa, que é o fim reconhecível de uma unidade construcional de turno, e apresentando uma sequência que se faz instantaneamente.

No exemplo citado, temos uma conversa na rede social instagram, que permite incorporar ao turno de fala: texto, som, imagem, vídeo e emojis. A interação via redes sociais na internet pode ser síncrona (acontecer ao mesmo tempo) ou assíncrona ( os interlocutores podem conversar sem que eles estejam conectados ao mesmo tempo). No exemplo, um meme é enunciado pelo interlocutor A, que tem como resposta um outro meme e um emoji do interlocutor B que indica a apreciação/concordância com a linha adotada pelo interlocutor A. No caso dessa conversa, observamos que os interlocutores podem estar estabelecendo um contato síncrono, já que a janela está com a expressão Online aparente.

Outro fator importante de conversações na internet, é que não há assaltos a turnos ou sobreposição de falas, e que os falantes podem organizar suas conversas usando recursos não tão aparentes como apagar, responder e encaminhar. Esses recursos permitem reparos, quando necessários a ao que foi dito posteriormente ao momento da elocução. No Instagram podemos fazer tudo isso?

        Conforme aponta o linguista Luiz Antônio Marcuschi (2001), a conversação pode ser entendida como “uma interação verbal centrada, que se desenvolve durante o tempo em que dois ou mais interlocutores voltam sua atenção visual e cognitiva para uma tarefa comum” (p.15). Neste contexto, a  Análise da Conversação teria, então, como seu objetivo inicial, verificar a organização estrutural convencionalizada ou institucionalizada da interação social.

                    Posteriormente ela passa a analisar os processos cooperativos na atividade conversacional, como: as trocas de turnos, os silêncios e lacunas, as falas simultâneas, as regras conversacionais, a coerência conversacional. “O objetivo da análise é, precisamente, explicar essas regras que sustentam o funcionamento das trocas comunicativas de todos os gêneros...”. (ORECCHIONI, 2006, p.15).E aí, conversar pela internet, é mesmo diferente não acham?

 

Proposta de atividade

     Com base nessas informações, e sabendo-se que na figura abaixo temos uma conversa extraída da rede social watszapp , proponha uma análise, considerando:  a) se se trata de uma comunicação síncrona, assíncrona, com turnos de fala ou não, sobreposições, assaltos a turno; pausas, silêncios; reparos e que os efetua.

 

 

REFERÊNCIAS

Análise da conversação no Brasil.pdf

FERRARI Lilian, AVELAR Maria, GUEDES Gustavo Paiva. VEREDAS Revista de Estudos Linguísticos; Whatsaap: uma mesclagem multimodal contemporânea, vol. 2, 2019.pdf

SILVA, Luiz Antônio da. Análise da Conversação e oralidade em textos escritos.pdf

Slides, Aula 13 de outubro estrutura conversacional.pdf